terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Segue a entrevista de Magda Soares Professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais realizada em 21 de Setembro de 2009, atualmente a professora publicou as seguintes obras: Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998; Português: uma proposta para o letramento. São Paulo: Moderna, 2002; Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educação e Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p.143-160, 2002; Alfabetização. Brasília: MEC/Inep/Comped, 2001. 
A entrevista está disponível na integra no site:


Salto – Como podemos conceituar letramento?
Magda Soares – Aqui, nesta exposição, nós estamos rodeados de atividades de letramento. São  crianças que estão em fase de alfabetização, temos aqui trabalhos de crianças desde a creche até o segundo, terceiro ano, no novo modelo, considerando este o terceiro ano das crianças que entraram aos seis anos. São crianças em processo de alfabetização, de apropriação do sistema alfabético e ortográfico de escrita, mas elas estão se apropriando disso no contexto de letramento, lendo livros de literatura infantil, e a partir daí a professora trabalha alfabetização. Elas estão escrevendo em situações reais criadas pela professora, não é uma situação falsa. A literatura dá um apoio muito forte a esse letramento. Por que, o que é o letramento? São as práticas de leitura e de escrita. Uma coisa é aprender sistema de escrita, para poder ler e escrever. Mas isso não resolve o problema da entrada no mundo da escrita. É preciso saber fazer uso disso,  saber escrever uma carta, saber escrever uma história, saber escrever uma fábula, um convite, etc. Mas fazer isso numa situação contextualizada, saber para quem eu estou escrevendo, porque estou escrevendo, tendo motivação para escrever. O  papel da professora, da escola, é criar essas situações que permitam esse desenvolvimento da alfabetização e do letramento articulados e, ao mesmo tempo, indissociáveis. Eu acho que essa é a síntese que nós conseguimos fazer agora. Nós tivemos um período em que ensinávamos o "beabá", para depois a criança praticar isso. Depois passamos por um período, que foi a época do construtivismo, em que esse "beabá" foi desprezado, de certa forma, foi marginalizado como um subproduto do letramento, ou seja, do convívio da criança com o material escrito. Acho que agora nós chegamos ao momento da síntese, que não é isto ou aquilo, são as duas coisas ao mesmo tempo, articuladas, embora cada uma com a sua especificidade quanto à metodologia de trabalho.

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