Letramento Digital
O computador e a internet vieram causar uma explosão na maneira de
comunicar-se e de adquirir informação. Esse fenômeno é global, em
instantes, através destes meios, podem-se acessar informações de
qualquer lugar do planeta. No mesmo momento que ocorre um incidente
pode-se ter conhecimento independentemente de onde o indivíduo esteja.
Através do computador as pessoas praticam a leitura e a escrita, se
comunicam e interagem, tornam-se sujeitos da informação.
Por Letramento Digital compreende-se a capacidade que tem o indivíduo de
responder adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização
dos recursos tecnológicos e da escrita no meio digital.
O letramento digital é mais que o conhecimento técnico. Ele inclui
ainda, segundo Carmo (2003), “habilidades para construir sentido a
partir de textos multimodais, isto é, textos que mesclam palavras,
elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície. Inclui também a
capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente informações
disponibilizadas eletronicamente”. É a capacidade de manusear
naturalmente com agilidade as regras da comunicação em ambiente digital.
Para Soares (2002), não existe “o letramento”, mas, “letramentos”, a
tela do computador se constitui, neste sentido, como um novo suporte
para a leitura e escrita digital. Segundo ela, a tela é considerada como
um novo espaço de escrita e traz mudanças significativas nas formas de
interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto, entre leitor e
texto e até mesmo entre o ser humano e o conhecimento.
Para Soares, essas transformações têm desdobramentos sociais, cognitivos
e discursivos, “configurando assim, um letramento digital”. Uma pessoa
letrada digitalmente necessita de habilidade para construir sentidos a
partir de textos que compõem palavras que se conectam a outros textos,
por meio de hipertextos e links; elementos pictóricos e sonoros. Ele
precisa também ter capacidade para localizar, filtrar e avaliar
criticamente informação disponibilizada eletronicamente, e ter
familiaridade com as normas que regem a comunicação com outras pessoas
através dos sistemas computacionais.
Segundo Barton (1998 apud Xavier, 2007) como existem vários tipos de
letramento, o letramento digital seria um tipo e não um novo letramento
imposto à sociedade hodierna pelas novas tecnologias. Para ele os tipos
de letramento mudam porque são situados na história e acompanham a
mudança de cada contexto tecnológico, social, político, econômico ou
cultural numa sociedade. O letramento também pode ser transformado pelas
instituições sociais que estão em constante relação de luta pelo poder e
acabam por influenciar a comunidade a aprender o tipo de letramento que
lhe é dado como oficial, portanto deve ser assimilado.
Assim, o que anda ocorrendo atualmente é uma adoção do tipo de
letramento alfabético para o digital. Para Xavier, o “alfabético está
servindo de apoio para a aprendizagem do letramento digital”. Em plena
era da informação a gama de conhecimento que é gerado a cada momento, a
aquisição do letramento alfabético, se torna um meio de alcançar a
cidadania. Não se esquecendo que para que haja de fato conhecimento é
necessário a absorção crítica das informações.
Xavier (2007) diz que “a principal condição para a apropriação do
letramento digital é o domínio do letramento alfabético pelo indivíduo”.
Isto quer dizer que um indivíduo só pode utilizar plenamente as
vantagens da era digital à sua necessidade se tiver aprendido a
escrever, a compreender o lido, se tiver dominado o sistema alfabético
ao ponto de ter alcançado um grau elevado das convenções ortográficas
que “orientam o funcionamento da modalidade escrita de uma língua”. Em
síntese, apenas o letrado alfabético tem a qualificação para se
apropriar totalmente do letramento digital.
http://www.artigos.com/artigos/humanas/letras/letramento-digital-7482/artigo/
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